O que é a Inteligência Emocional
John Mayer e Peter Salovey defendem que tal como temos competências intelectuais, temos também uma vasta gama de competências emocionais que têm consequência nas nossas ações e pensamentos.
Ao longo dos anos, o conceito de inteligência emocional tem recebido cada vez mais destaque. Têm sido propostas várias definições para este conceito, com o objetivo de compreender como é que uma pessoa pode ser tão inteligente de algumas formas e tão pouco noutras.
Mayer & Salovey definem inteligência emocional como a capacidade para compreender os nossos sentimentos e emoções, bem como os dos outros, de maneira que esta informação oriente as nossas ações e pensamentos. Assim, Inteligência emocional é a capacidade que nos permite usar as emoções a nosso favor e não contra nós. Mas também permite ver os sentimentos e as emoções na perspetiva dos outros.
Já Goleman, define inteligência emocional como a capacidade para reconhecer e compreender as emoções em nós e nos outros e usar essa consciência na gestão do nosso comportamento. Esta capacidade, assenta em cinco habilidades:
- Autoconhecimento;
- A Arte do Relacionamento;
- Saber lidar com as emoções;
- Auto motivação:;
- Empatia.
A inteligência emocional reflete a capacidade de compreender o estado de espírito dos outros e até certo ponto a capacidade de gerir as emoções e comportamento deles. Não reside apenas no facto de ser simpático com as pessoas. É necessário reconhecer também a perspetiva da outra pessoa e usar as suas emoções de forma adequada. Por vezes, a inteligência emocional, implica que sejamos duros com outra pessoa ou que se lhe mostre frustração.
A Importância da Inteligência Emocional na Vida Pessoal e Profissional
Quando bem trabalhada, a inteligência emocional traz equilíbrio na vida pessoal e profissional. Níveis elevados de IE estão associados a menos ansiedade e depressão, resistência a gratificações imediatas, melhores relações intra e interpessoais, capacidade de foco, adaptação e realização, maior sucesso académico e profissional. Levando-nos assim a atingir equilíbrio, sobrevivência e bem-estar.
A inteligência emocional é uma habilidade inata, que pode trazer benefícios em várias áreas da nossa vida.
Trabalhar a inteligência emocional, vai permitir que nos conheçamos melhor, que controlemos a impulsividade e o nervosismo, bem como ajuda a compreender as nossas qualidades, mas também a criar gatilhos para nos motivarmos.
Portanto, uma pessoa emocionalmente inteligente é aquela que gere as situações difíceis com sucesso, que se expressa com clareza, ganha o respeito dos outros, mantém-se calmo sob pressão, sabe dizer a coisa certa no momento certo, motiva-se a si próprio para fazer o que é preciso, mas também sabe ser positivo em situações difíceis.
Existem alguns sinais que nos permitem perceber a inteligência emocional do outro. De modo geral, pessoas com baixa inteligência emocional:
✓ Ficam zangadas/ansiosas;
✓ Não conhecem o efeito que têm sobre os outros;
✓ Apresentam um comportamento egocêntrico;
✓ Perdem o controlo das emoções;
✓ Não conseguem conhecer pessoas novas ou manter relações;
✓ Não conseguem resolver conflitos com eficácia;
✓ Não têm objetivos;
✓ Não se sentem felizes;
✓ Não se conseguem adaptar às mudanças;
Neste sentido o trabalho da inteligência emocional torna-se importante, pois permite:
✓ Uma melhor gestão da pressão;
✓ Melhora as relações entre colegas;
✓ Lidar com a chefia mais eficazmente;
✓ Ser mais produtivo;
✓ Gerir as prioridades;
✓ Melhorar o trabalho em equipa.
As Componentes das Emoções
Segundo Bisquerra (2009), as emoções apresentam três componentes:
- Neurofisiológica (sinto) que diz respeito às reações involuntárias. São as mudanças ao nível do ritmo cardíaco, tensão arterial, ritmo respiratório, temperatura, tónus muscular, etc;
- Cognitiva (penso) que está ligada aos sentimentos. É a alteração do pensamento, que pode ser positivo ou negativo, a criação de imagens (lenta ou criativa) e um raciocínio ineficaz ou eficiente. Nesta componente podemos trabalhar a reestruturação cognitiva, fazer meditação/introspeção, aumentar o vocabulário emocional, bem como o conhecimento emocional;
- Comportamental (ato), nesta as reações também são involuntárias, mas são relativas a expressões faciais, verbais, comportamentais, o tom de voz e o impulso de afastamento ou aproximação.
Empatia e Compaixão
Atualmente, existem diversas definições de empatia. Porém, a maioria tem em comum a ideia de que é a capacidade de compreender e partilhar os pensamentos e sentimentos do outro.
Sentir e demonstrar empatia não implica que se tenha de ter as mesmas experiências e situações das outras pessoas. A empatia é um traço distinto da Inteligência Emocional. Possibilita que nos liguemos às outras pessoas de forma eficaz e eficiente. Melhora as relações e torna-nos mais próximos delas. Permite estabelecer laços afetivos. Para além de que ajuda a conquistar a confiança.
Implica que se compreenda o que a outra pessoa está a vivenciar, que nos preocupemos com a sua atual situação. É a tentativa de compreensão da outra pessoa através tendo em conta a sua perspetiva. Quando se sente empatia por alguém, estamos a melhorar a relação e a torná-la mais próxima. A empatia não é algo simples, requer que se saiba ler as emoções dos outros. Expressa a noção de que “eu compreendo como tu te sentes”. Não devemos usar a empatia como instrumento de manipulação ou para ganhar confiança perfidamente.
Por outro lado, a compaixão, é a preocupação com a situação do outro. É quando desejamos exprimir os nossos sentimentos a outra pessoa. É uma capacidade apropriada para determinadas alturas, como a perda e situações trágicas.
Questões para Compreender as Emoções
Sempre que temos uma emoção podemos fazer um conjunto de perguntas que nos vai ajudar a lidar com ela.
✓ O que estava a fazer/pensar para ter esta reação?
✓ Em que situações me sentia assim?
✓ Em que circunstâncias e com quem me costumo sentir desta forma?
✓ Que necessidades/valores estão a ser postos em causa?
✓ Que outros acontecimentos (manhã, durante o dia, ontem…) podem ter impacto no que estou a sentir?
✓ Que situações, pessoas, local, sons, frases gera este tipo de emoção?
✓ Estou cansado/a…com sono…fome…
Gestão Emocional
O indivíduo deve ser um bom gestor das emoções. Deve ser flexível, considerar diversos caminhos emocionais e a escolha certa entre eles.
Deve entender as progressões emocionais nas suas relações. Ser emocionalmente inteligente não significa conseguir permanecer no mesmo emprego ou ler muitos livros, mas sim, ser uma pessoa que procede da forma que considera melhor, baseando-se em aspetos emocionais, espirituais, pragmáticos, entre outros.
Isto quer dizer que ter inteligência emocional é a capacidade de permanecer consciente das emoções, mesmo no caso de serem desagradáveis. É a capacidade de determinar em que medida dada emoção é saliente e recorrente, bem como a capacidade para resolver e gerir situações que requerem o uso de emoções. Isto implica:
✓ Estar disponível;
✓ Refletir sobre a utilidade da emoção;
✓ Monitorização das emoções;
✓ Gestão das emoções no próprio e nos outros.
Inteligência Emocional no Trabalho
Uma boa gestão emocional pode ajudar não só a atravessar situações difíceis como também a progredir na carreira.
Todos nós levamos o cérebro inteiro para o trabalho (não temos outra opção) e com ele vão todas as coisas boas e más que experienciamos até chegarmos ao nosso posto de trabalho.
Por isso, para termos equilíbrio no trabalho devemos:
✓ Perceber os sentimentos;
✓ Explorar as situações que realçam o pior de nós;
✓ Enfrentar incómodos;
✓ Lidar com as emoções dos outros.
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