Compreensão Emocional

Compreensão Emocional

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O conceito de inteligência emocional é bastante recente na Psicologia, no entanto tem recebido um enorme destaque, principalmente na área profissional onde é visto como uma das soft skills (habilidade comportamental) mais valorizadas pelas entidades empregadoras.

As descobertas acerca desta temática têm sido utilizadas como ferramenta nas organizações para a aquisição e desenvolvimento das capacidades dos colaboradores, criando melhores líderes.

Falemos sobre denominar Emoções

Ao longo do dia, grande parte das pessoas não consegue identificar o que está a sentir. Ou seja, não temos ainda a capacidade necessária para perceber que emoções estamos a sentir e de que forma estão a influenciar as nossas ações. Sendo por isso importante conhecer os nossos estados emocionais em cada momento, bem como aumentar a nossa consciência emocional. Assim, existem vários termos diferentes para as experiências emocionais.

Pessoas emocionalmente inteligentes tendem a ter um léxico rico para descrever os seus sentimentos. Estas pessoas são capazes de dar uma ideia bastante exata do que pensam, são boas a dar a conhecer o seu estado emocional aos outros. Assim, pessoas com melhor vocabulário emocional tendem a contextualizar a situação, que ajuda a esclarecer aquilo que pretendem comunicar. Ao ter um bom vocabulário emocional não só se consegue esclarecer melhor os sentimentos, como também permite que os outros compreendam com exatidão o que se quer dizer e estamos a sentir.

Quando damos nomes às emoções estamos a reduzir o seu impacto emocional, mas também os efeitos que têm no nosso corpo. Vários estudos indicam que só pelo facto de estarmos a atribuir um nome a cada emoção, já estamos a reduzir a sua atividade. Ao existir uma melhor compreensão de nós e sendo melhor compreendidos pelos outros, é mais provável que consigamos satisfazer as nossas necessidades. Pessoas com uma ampla variedade de experiências emocionais tendem a levar uma vida mais rica.

Para reconhecer, denominar e sentir empatia por alguém, é preciso ser capaz de descrever e aplicar o conhecimento das várias emoções que podemos experienciar, permitindo legitimar e organizar as nossas experiências, comparando com as nossas emoções e as dos outros.

Existem certas emoções que causam alguma confusão:

  • Inveja- Indica-nos algo que outra pessoa tem e nós queremos (mas não temos). Pode ser por inspiração ou ressentimento.
  • Ciúme- Medo de perder alguém para outrem.
  • Ansiedade- Sofrimento por antecipação. Dificuldade em gerir incertezas.
  • Medo- Sensação de perigo perante algo concreto.
  • Pressão- Força externa que nos informa que algo muito importante está em jogo e que depende da nossa performance.
  • Stress- Quando sentimos estar perante muitas exigências com a perceção de possuirmos pucos recursos para lidar com elas.

Ao sentirmos uma emoção, esta teve a sua origem no cérebro emocional, mas ao atribuirmos um nome e a verbalizar já estamos a desenvolver o cérebro racional. Sendo que este processo entre o emocional e reacional vai permitir controlar melhor as emoções e reduzir a sua intensidade.

Negar ou evitar emoções não as faz desaparecer, elas continuam em nós e a causar impacto. Ao identificá-las vamos trazê-las para um nível consciente que nos permite controlar e reduzir o seu impacto.

O que devemos então fazer quando sentimos uma emoção? Quando sentimos uma emoção devemos tomar atenção, perceber qual a reação do nosso corpo e de seguida passar para palavras o que estamos a sentir.

Técnica:

  • Reconhecer que se está a sentir uma emoção;
  • Prestar atenção ao corpo. Perceber como está a respiração, o ritmo cardíaco, as palmas das mãos e a tensão muscular. Perceber se em alguma parte do corpo, existe uma reação diferente do normal;
  • Ter atenção aos pensamentos- que pensamentos surgiram. Percebê-los como alguém que apenas está a observar, não lhes dando força. Observar como chegam e se vão embora;
  • Dar um nome à emoção que se está a sentir;
  • Perceber que comportamento se pretende ter, tendo em conta a emoção que se está a sentir.

Compreender as Emoções

As emoções originam-se quando tem de ser, não quando as invocamos. Ver o nome da emoção, por vezes não nos ajuda a perceber o que é que estamos a sentir. Mesmo sabendo porque não nos sentimos bem, pode não ajudar a perceber o que realmente sentimos.

As emoções surgem com um propósito e dão-nos pistas sobre coisas que não compreendemos, por isso devemos reservar algum tempo para nos questionarmos sobre os porquês. Por esta razão devemos ter o hábito de questionar:

  • Por que razão as emoções surgem?
  • Por que razão nos levou a ter um comportamento diferente?

As emoções também nos guiam no decurso da nossa vida. Ao recorrermos à memória encontramos situações em que elas nos ajudaram e outras em que nem por isso. Assim, devemos conseguir uma melhor compreensão da razão por que se sente de determinada forma em certas situações, com certas pessoas. Analisando os nossos comportamentos, as nossas respostas corporais e os comportamentos das outras pessoas.

Compreender Causas e Consequências

Para uma boa compreensão emocional, é crucial compreender as causas inerentes, ou seja, pensamentos, objetos, situações e acontecimentos. Que conduzem a emoções e comportamentos específicos. Existe uma relação entre o pensamento, interpretação e os sentimentos gerados.

Há pessoas e situações que nos tiram do “sério”, que nos deixam completamente à mercê do que as emoções nos fazem sentir. É nestes momentos que passamos a ser orientados pelo sistema límbico- emoções. A parte racional desaparece e passamos a ser mais emocionais.

Seja uma pessoa, situação ou local onde tivemos uma experiência fortemente emocional, tudo isto são gatilhos emocionais. É por isso importante conhecê-los de forma a termos controlo nessas situações. Os gatilhos podem acontecer em qualquer situação ao longo da nosso vida e com qualquer pessoa. Gatilhos Emocionais são a resposta mental que envolve emoções, pensamentos e comportamentos mais específicos, ligados principalmente a experiências passadas. Podem ser negativos ou positivos, mas necessariamente remetem a momentos que já aconteceram, no sentido de “reviver” aquilo. Não existe a parte racional- devemos por isso criar planos para controlar os nossos gatilhos, tentado segui-los sempre que estejamos nesta situações que os desencadeiam.

Quando compreendemos os gatilhos emocionais mais facilmente sabemos o que podemos fazer para suprimir, diminuir ou aumentar a intensidade do que estamos a sentir e a estratégia comportamental a seguir.

Mayer acredita que as pessoas se distribuem por três grupos principais na maneira como enfrentam e lidam com as emoções:

  • Autoconscientes- Conscientes dos seus estados de espírito à medida que eles ocorrem, estas pessoas têm alguma sofisticação na sua vida emocional. A clareza com que analisam as suas próprias vidas indica que são autónomas e seguras dos seus limites, têm boa saúde psicológica e tendem a encarar a vida de uma maneira positiva. Quando entram num estado de espírito negativo, não ficam obcecadas e libertam-se rapidamente. A sua capacidade de estarem atentas ajuda-as a controlar as emoções.
  • Imersas- Deixam-se frequentemente avassalar pelas emoções e são capazes de escapar-lhes, como se os seus estados de espírito assumissem o comando. São instáveis e não muito conscientes dos seus próprios sentimentos, perdendo-se neles em vez de manterem a perspetiva. Pouco fazem para escapar aos estados de espírito negativos, sentem que têm pouco controlo sobre a sua vida emocional. Sentem-se frequentemente submersas e emocionalmente descontroladas.
  • Aceitantes- São conscientes daquilo que sentem, têm também tendência a aceitar os estados de espírito como aparecem não fazendo nada para os modificar. Existem dois tipos de aceitantes: os que estão sempre bem dispostos e por isso não veem necessidade de mudar e os que caiem frequentemente em estados de espírito negativos e nada fazem para mudar.

Com prática, conseguimos perceber a origem e propósito das emoções. Interrogamo-nos com as questões certas e dar-lhes atenção é o suficiente para melhorarmos.

Questões para Compreender as Emoções

Sempre que temos uma emoção podemos fazer um conjunto de perguntas que nos vão ajudar a lidar com ela.

  • O que estava a fazer/pensar para ter esta reação?
  • Em que situações me sento assim?
  • Em que circunstâncias e com quem me costumo sentir desta forma?
  • Que necessidades/valores estão a ser postos em causa?
  • Que outros acontecimentos (manhã, durante o dia, ontem…) podem ter impacto no que estou a sentir?
  • Que situações, pessoas, locais, sons, frases geram este tipo de emoção?
  • Estou cansado/a…com sono…fome…

O curso de “Inteligência Emocional – Gestão Emocional na vida pessoal e profissional | 40h” da Traininghouse tem como objetivo ensinar o conceito de inteligência emocional, ressaltar a sua importância e aplicação no mercado de trabalho e na vida pessoal, bem como ensinar a desenvolver a inteligência emocional.

Artigo de autoria Traininghouse@ Lda Proibida a reprodução do conteúdo. Permitida a partilha do link.

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